Carlos Drummond de Andrade
Por que me trancas
o rosto e o sorriso
e assim me arrancas
do paraíso?
Por que não queres
deixando o alarme
( ai, Deus: mulheres)
acarinhar-me?
Por que cultivas
as sem-perfume
e agressivas
flores do ciúme?
Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma
o peito meu?
Anjo sem fé
nas minhas juras
porque é que é
que me angusturas?
Minh'alma chove
frio e tristinho
não te comove
este versinho?
...
Enquanto eu estou preocupado e ocupado com a prova da OAB não tenho inspiração para mais nada, meu livro está parado, minhas idéias não saem, o amor está guardado ofuscado pelo pensamento do insucesso e pela pressão de ser algo na vida. Me perdoem.