quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lira Romantiquinha

Carlos Drummond de Andrade

Por que me trancas
o rosto e o sorriso
e assim me arrancas
do paraíso?

Por que não queres
deixando o alarme
( ai, Deus: mulheres)
acarinhar-me?

Por que cultivas
as sem-perfume
e agressivas
flores do ciúme?

Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?

Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma
o peito meu?

Anjo sem fé
nas minhas juras
porque é que é
que me angusturas?

Minh'alma chove
frio e tristinho
não te comove 
este versinho?

...

Enquanto eu estou preocupado e ocupado com a prova da OAB não tenho inspiração para mais nada, meu livro está parado, minhas idéias não saem, o amor está guardado ofuscado pelo pensamento do insucesso e pela pressão de ser algo na vida. Me perdoem.