segunda-feira, 1 de junho de 2009

Os netdependentes!

Fiquei o final de semana todo sem internet, mudança de vizinho do prédio, desespero total. O homem inventou uma ferramenta que causa uma dependência terrível, resultado da explosão das formas de comunicação desenvolvidas, comunicar-se hoje é estar atualizado com o que acontece no mundo inteiro e não só nas comunidades sociáveis de antigamente, mais precisamente nas famílias, bairros e escolas.

A internet trouxe uma quebra de limites nunca antes imaginável, nos limitávamos a nos corresponder por cartas e o mais rápido mecanismo que tinhamos era o telegrama que nos permitia apenas escrever um pequeno texto. Alguns anos atrás nunca imaginávamos conhecer mundos distantes dos 05 continentes do planeta sem pesquisar grossos livros de enciclopédias nas estantes de nossas casas ou das bibliotecas da escola.

Tive acesso ao primeiro computador na casa de um primo em Belo Horizonte, sempre me encantei com aquilo, e olha que nem windows ainda existia, era tudo em DOS, mexia naquilo sem saber o que estava fazendo, depois de alguns anos entrei no primeiro windows na casa de uma vizinha, era o Windows 3.11 e eu ficava desenhando no paintbrush a manhã toda, o acesso à internet veio somente em 1997 na casa do meu irmão, acesso discado, demorava horas para ter uma comunicação com imagens, mas aquela experiência era fenomenal, vídeo? Nem Pensar! Só fui ter meu primeiro computador em 1998 no Rio de Janeiro, era um Cyrix 300, com HD de 4.3GB e 64MB de memória!! Incrível!

Assim que voltei a Cachoeiro em 1999, comecei a utilizar mais a internet, foi com ela que pude entrar em contato com cursos de web, onde me profissionalizei na área de designer e webdesigner, conseguindo assim meu primeiro emprego como instrutor de informática, depois como webdesigner numa empresa e daí como designer no setor de marketing. 

Além do lado profissional, foi através da internet que encontrei amigos antigos e os de sempre no MSN, encontrei uma amiga 16 anos depois de sairmos da pré-escola, num bate-papo, e depois de 04 anos namorando essa webgirl26, no fim da história toda, foi por causa da internet que nos casamos, senão, nunca teríamos nos conhecido, quero dizer, nos reencontrado. Então, veio o Orkut, foi embora o Orkut - deu muita confusão aquilo - , veio o skype e minha esposa conversa com sua irmã pelo telefone através da internet, vieram os contatos para comprar tudo que a web tem para vender: dvds, televisores, armários, roupas, brinquedos, acesso a conta bancária, inscrição em concursos, downloads de áudio, vídeo, arquivos, programas, jogos, tudo, tudo, quase que 99% hoje eu faço pela internet.

Então esse sistema de ilimitadas possibilidades nos permite estarmos interados com o mundo inteiro, tive amigos da Rússia (Zyclon), da Korea do Sul, dos EUA, da China (Song Ping), se você fala um pouco de inglês você pode conhecer países inteiros sentado na cadeira de sua casa.

Por tudo isso, esse final de semana foi uma experiência engraçada, como fiquei desesperado sem informação, não era sem a internet, queria ler os jornais, saber as notícias, conversar com os amigos, ler meus emails, ver os números da mega-sena, etc ... Ligava o computador de meia em meia hora para ver se havia conexão, de madrugada fui na caixa onde ficam o switch e o modem para ligá-los e desligá-los, conectar e desconectar os cabos, e cada vez que eu ligava o computador e via que não havia internet eu ficava frustrado, decepcionado, meio que desesperado, me sentindo um perdido no meio da informação, não acredito que soou viciado em internet, acredito sim que sou hoje, hiper dependente de um sistema que unificou um planeta inteiro, e acredito que se a internet for desligada (o que acho impossível), o mundo ficará parado aguardando o sinal de discagem, acreditando fielmente ser impossível mover um dedo para fazer algo por conta própria. Morreremos achando que o mundo acabou, mas fica a pergunta: E nossos pais e avós? Como eles viviam nos tempos em que não existia nem TV e muito menos computador. A resposta: Viviam muito melhor do que nós!