(Alex Cardoso)
Quando lembro de você, deitado ao meu lado,
Começo a chorar no escuro, recordando o passado.
E por um momento repentino, me transformo em criança,
Sou agora um menino, lembrando da minha infância.
Das noites que me assustava, vendo monstros no corredor,
Eu logo te gritava, para espantar o meu pavor,
E insistia lhe chamando, até lhe acordar,
Me aliviava olhando, seu vulto na porta chegar.
E todos os monstros fugiam, se espantavam com meu herói,
De longe eles assistiam, a chegada do velho pai,
Que entrava no meu quarto, acariciava os meus cabelos,
Pedia calma ao filho amado, cessavam meus pesadelos.
E toda a noite era assim, as figuras me assustando,
Não tinham pena de mim, pareciam estar se alegrando,
Não era imaginação, nem tão pouco era demência,
Talvez fosse meu coração, sentindo a sua ausência.
Mas aquelas noites escuras, não estavam me amedrontando,
Não tinham idéia as criaturas, de como estavam me ajudando,
Pois a cada noite de medo, que eu acordava assustado,
Era mesmo um enredo para ter o meu pai ao meu lado.
Há tempos meu pai me deixou, há tempos não sou mais menino,
Minha cama maior ficou, e agora virou nosso ninho,
E quando minha amada mulher, não consegue me socorrer,
Meu pai sai de onde estiver, pra não deixar seu filho sofrer.