sábado, 21 de março de 2009

O TER e o SER

Em que tempos vivemos hoje? Qual será nosso futuro? 

Você já entrou no ritmo que a sociedade está nos impondo? Você já se adaptou às obrigações, já substituiu a importância do Ser pelo Ter? Hoje, pouco importa o que somos, importa o que temos. As pessoas não nos olham mais nos olhos, olham o nosso corpo, da ponta dos pés até a cabeça. Elas preferem ver o que vestimos, não dão importância para o que realmente veste nosso corpo, a alma.

Por isso, hoje, por causa dessa preocupação com o SER, ficamos absurdamente chocados com as notícias na TV, como por exemplo, o caso da estudante que leiloou a própria virgindade na internet para supostamente pagar os estudos! Um absurdo! A que ponto chegamos? De uma pessoa vender sua própria virgindade.

Antigamente, ouvia meu pai e meus tios dizerem que custearam sua faculdade com trabalho, minha tia se formou em odontologia limpando banheiros pra se sustentar, meu pai, foi bóia-fria, pintor de fachada de prédio, Office-boy, até alcançar depois de muito tempo e muito trabalho um emprego como secretário de finanças nas prefeituras do interior do sul do Espírito Santo. O que quero dizer com isso? Que hoje, as pessoas querem o “TER” mais rápido, o tempo é implacável, é cruel, não podemos esperar um resultado a longo prazo, temos que ser o TER agora! Daqui a pouco as pessoas estarão vendendo as córneas, os rins, pra andar de carro zero ou ter uma bolsa da Louis Vitton. 

Ou senão, fazem pior, matam os pais para ficar com a herança, ou então os maridos e as esposas, tramam contra os irmãos, amigos dão golpes em amigos, ninguém entende mais a ganância do ser humano. Os valores perderam o valor para coisas insignificantes, coisas materiais que tem um valor dado pela própria sociedade consumista.

A Sociedade caminha para o abismo da materialidade, desmatamos nossas matas para vendê-las como carvão, acabamos com nossos peixes pois pescamos tudo que é possível sem dar chance às espécies de se renovarem, poluímos nossos rios jogando o esgoto fruto de nossas atividades, destruímos nossas montanhas atrás de pedras preciosas, ouro, granito, o homem cada vez mais visa o lucro, se vende a todo momento, está preocupado com o que pode fazer para ganhar dinheiro, para ter os bens materiais e se enquandrar numa classe pequena e dominante da sociedade, 

Nada é mais importante do que o dinheiro, a destruição é uma coisa irrelevante, mas as conseqüências serão em pouco tempo algo do que nos lembraremos para o resto de nossa vida, uma situação irreversível que pode até mesmo comprometer nossa própria existência. Esquecemos que somos seres vivos dentro de um ser vivo, é bom pensarmos que se alguma doença nos afeta resultado de um vírus, nosso corpo automaticamente lança defesas para acabar com qualquer ameaça, a mesma coisa acontecerá conosco, somos vírus dentro do planeta, um câncer, e antes que consigamos matar a nossa morada, a natureza - sua defesa - limpará de uma vez só os responsáveis pela sua destruição. Nós mesmos apertamos o botão da contagem regressiva, só nos resta agora esperar, ou então, façamos melhor, AGIMOS para sobreviver.