segunda-feira, 1 de março de 2010

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OPERAÇÃO MARANELLO

Justiça devolve a acusados de tráfico carros importados apreendidos pela PF no Mato Grosso

Publicada em 01/03/2010 às 13h09m

CUIABÁ, SÃO PAULO - A Justiça decidiu devolver aos donos, denunciados por tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e crime contra o sistema financeiro, carros de luxo apreendidos em setembro passado pela Polícia Federal (PF) no Mato Grosso. A decisão é da 2ª Vara Federal de Mato Grosso e caberá ao Cartório da Superintendência Regional da Polícia Federal cumpri-la e entregar os veículos, que atualmente estão guardados no pátio do Conselho Estadual de Entorpecentes de Mato Grosso (Conem/MT).

Os carros foram apreendidos na Operação Maranello - uma alusão à cidade italiana, Maranello, onde está a sede da fábrica da Ferrari. Pelo menos nove carros importados foram apreendidos na Operação Maranello. Um deles, uma Ferrari Spider 430, é avaliada em R$ 1,8 milhão. Os policiais também apreenderam veículos Mercedes-Benz, BMW, Lamborghini, Corvette e uma moto Ducatti.

A argumentação da Justiça é que os veículos serão entregues para garantir a melhor conservação deles, já que os carros de luxo estão em um pátio aberto, sob sol e chuva, podendo sofrer deterioração.

Os donos dos veículos vão assinar um Termo de Depósito no qual garantem que os carros não serão utilizados e deverão mantê-los em suas residências, com a única finalidade de conservá-los. Até o final do processo, os bens não poderão ser utilizados, vendidos ou cedidos.

Os proprietários destes veículos foram investigados pela Operação Maranello da PF. Pelo menos 26 pessoas foram indiciadas. No dia da Operação, 13 foram presos. Pelo menos quatro policiais militares estariam envolvidos no esquema. Segundo a PF, a droga era comprada na Bolívia e entrava no Brasil de avião, pelo Pantanal, e entregue em fazendas compradas pelos integrantes da quadrilha: Sete irmãos e Baía dos Pássaros, as duas no município de Barão de Melgaço. Numa delas, arrendada para uma empresa de agropecuária, foram encontrados 376 tabletes de cocaína de alto grau de pureza, acondicionados em sacos plásticos escondidos sob uma lona, numa área de mata fechada. Da fazenda, a droga era distribuída por terra.

Para achar a droga, a Justiça deu à Polícia Federal 15 dias de busca e apreensão na área da fazenda, de 8 mil hectares. Os policiais tiveram de cercar os limites para impedir a saída do entorpecente. Dentro da fazenda foram achadas carabinas de fabricação russa. Participavam do esquema tanto empresas ativas quanto 'fantasmas' e o dinheiro era movimentado até mesmo por pequenos comércios, como padarias e empresas de cobrança. O objetivo era dificultar o rastreamento.

No total, 380 kg de cocaína foram apreendidos. Os carros, segundo a PF, foram comprados com o dinheiro do tráfico.

Um dos acusados foi o empresário cuiabano Alexandre Zangarini, que tem negócios em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Ele chegou a ser preso e libertado pela Justiça. São dele ao menos a Ferrari e o Corvette. Zangarini foi acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo as investigações, ele colaborava com a quadrilha investindo o lucro do tráfico em carros de luxo e em empresas, a fim de dar legalidade ao dinheiro.

Segundo o MPF, o tráfico era comandando por um núcleo principal composto por Edésio Ribeiro Neto, também conhecido por Binho, pelo ex-policial militar Adonai de Novaes Oliveira e pelo policial civil Wagner Rodrigo de Amorim e por Jackson Luiz Costa Conceição.

Segundo o MP, Edésio era o principal membro da organização. Arregimentava financiadores, administrava e distribuía a cocaína vinda da Bolívia. Os demais cumpriam tarefas como negocias com os traficantes, reunir o dinheiro para pagar a droga e cuidar do transporte dos carros, que eram recebidos como pagamento. Segundo o MPF, alguns acusados emprestavam o nome para a abertura de empresas que movimentavam o dinheiro do tráfico.

"Ao negociar a entrega da droga, a organização criminosa recebia, além de dinheiro, veículos como forma de pagamento, sendo que alguns destes eram vendidos para posterior compra de mais droga. Outros veículos acabavam por ser utilizados por membros da própria organização", diz o MPF.

No total, a Operação Maranello investiga 42 pessoas e empresas, cujos bens e contas correntes foram bloqueados pela Justiça. Foram cumpridos mandados de prisão em Cuiabá (MT), Corumbá (MS), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Teixeira de Freitas (BA).