sexta-feira, 3 de junho de 2011

BRASIL - O MAL SEMPRE VENCE O BEM!

O extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva,
assassinado no último dia 24, 
aborda caminhão que levava madeira ilegal


Felipe Milanez
De Marabá

O casal José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo amava a floresta. Numa caminhada com ele pela mata, José apontava com orgulho a castanheira, a andiroba, o açaí, "ouro negro do Pará", dizia. "Olha aquelas araras, tão trocando até carinhozinho elas".

Foto: Maria do Espírito Santo/Arquivo CPT/Reprodução

"Eu vejo a beleza aqui. Aqui é onde eu fico sentado, onde eu venho meditar. e pensar: como é que é linda a natureza, o silêncio, o barulho do vento na folhagem."

Mas o assentamento onde viviam estava sendo devastado. Armados com uma câmera digital, andavam a sós pelo assentamento, tentando proteger o lote de invasão de madeireiros, assim como registrar os crimes ambientais que eram cometidos.

Maria fazia as fotos. José parava os caminhos, apontava as castanheiras derrubadas, mostrava as áreas devastadas, queimadas, para virar pasto.

O extrativista José Cláudio no cenário de desmatamento

As imagens eles utilizavam para municiar as denúncias que faziam à Comissão Pastoral da Terra, que encaminhava aos órgãos competentes, ou então diretamente ao Ministério Público Federal ou ao Ibama. "Eles eram organizados, tinham tudo documentado. Vinham aqui e me mostravam as imagens, que nos ajudava a preparar as operações", afirma o fiscal Roberto Scarpari, então gerente do Ibama em Marabá.

"Tenho medo, sou um ser humano. Mas não é por isso que eu vou deixar de denunciar", ele disse em entrevista realizada em outubro de 2010 na sua residência. Eles foram assassinados por pistoleiros dentro do Assentamento Praia Alta Piranheira, há oito quilômetros da casa onde moravam, numa emboscada, em 24 de maio de 2011.

Fonte:

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Eu vi na Record domingo uma reportagem com esse casal, vi um homem e uma mulher chorando ao ver árvores centenárias no chão, a natureza destruída pela cobiça humana, chorei com eles pois meu sentimento é recíproco e minha preocupação também. Mas não adianta chorar, lutar ou tentar impedir que homens destruam a floresta a troco de dinheiro, num país corrupto, sem lei, sem justiça e com a impunidade mandando dentro e fora do Congresso Nacional, haja vista, o novo Código Florestal foi aprovado por esse bando de mercenários depois de muito lobby ($$$) e anistiando esses miseráveis desmatadores, plantadores de soja e criadores de gado. 

É triste, muito triste, ver que esses crimes continuarão acontecendo e ficarão todos impunes, os maiores responsáveis, os donos de madeireiras e de grandes fazendas continuarão atrás da sua mesa de madeira de lei pagando pobres coitados para matarem os defensores da terra.

Nosso verde da floresta tem cor vermelha de sangue, e sobre essa floresta não passa um pingo de luz impedido pela escuridão da corrupção brasileira.

A guerra contra o Mal aqui nesse país ... terá sempre o mesmo resultado, A DERROTA!

O que me conforta é que para o lugar para onde vão, esse casal e tantos outros que defendem a floresta com a vida, não é o mesmo lugar para onde vão os corruptos, assassinos e poderosos, é bom lembrá-los: O QUE SE PLANTA É O QUE SE COLHE!