domingo, 21 de dezembro de 2008

Meu eu.

Meu eu acorda todos os dias perguntando o que deixei de fazer ontem, na verdade meus vários eus me cobram todas as coisas possíveis durante o dia todo. Meu eu vive me cobrando a vida toda, não sei se tenho preguiça, não sei se sou desacreditado, não sei se não sou sonhador, idealista, objetivista, parece que eu nunca saí da minha infância.

Meu eu é um misto de velho e criança, mas nunca tem um meio termo, meu eu velho me leva a ouvir músicas antigas dos anos 50 e 60 e meu eu infantil me faz entrar nas lojas de brinquedo e ficar encantado como se eu fosse um menino de 12 anos.

Meu eu é um homem sonhador sim, mas um sonhador que não sai do lugar, quem não tem sonhos? Eu também não sou diferente. Tenho meus sonhos mas não tenho capacidade de mover-me do lugar para alcançá-los, só sei planejar no pensamento.

Meu eu me leva todos os dias para mundos passados, talvez seja por isso que eu nunca tive um futuro, meu presente é viver do passado, pensar nas coisas que aconteceram e nunca parar para pensar como as coisas serão no futuro, meu presente é uma linha divisória congelada, parado no tempo pensando no passado e não visualizando o futuro.

Meu eu é um emaranhado de vozes que me agarra nessa teia confusa de sentimentos deixados para trás, e as aranhas que tanto me apavoram continuam lá todos os dias para me congelar de medo.

Meu eu me leva para trás, quero sair dessa teia e me desgarrar dos monstros que me apavoram e me acordam de madrugada num longo gemido de pavor.

Meu eu e eu, precisamos ser um só, precisamos vencer essa luta.