Wanderley Nogueira
O texto abaixo (”O Santos precisa da Supernanny!”) foi publicado no meu blog no dia 3 de Agosto. Estava muito fácil diagnosticar que era preciso colocar, verdadeiramente, limites aos jogadores mais jovens do Santos.
De lá para cá, Neymar foi protagonista de situações constrangedoras.
Talentoso, é considerado intocável na Vila Belmiro. Instantes depois de cometer suas molecagens e indelicadezas é acariciado por alguns “companheiros de time”, parte da imprensa, pelos pais, pela diretoria do Santos e pelo treinador Dorival Júnior, que ontem sentiu mais uma vez o tamanho do problema que está ajudando a construir.
Neymar não aceitou ser preterido por Marcel, na cobrança de uma penalidade. Ofendido pelo jogador, o treinador disse que vai resolver o assunto internamente “com o Neymar, com diretoria e com o pai do Neymar” .
Depois de Antônio Lopes, ontem foi a vez de Renê Simões afirmar que “estamos criando um monstro”. Revelou que poucas vezes viu um jogador tão sem educação. Seria muito bom ouvir sobre Neymar que ali estava um jovem herói, um cavaleiro, defensor do bem, com virtudes ilimitadas com a bola nos pés.
O SANTOS PRECISA DA SUPERNANNY! (publicado no dia 3 de agosto)
Novamente, alguns “meninos” do Santos criaram problemas para o clube e levaram “fumaça” para o ambiente do time, horas antes de uma importante disputa. Foi mais uma molecagem, dizem alguns. Coisa de garotos levados, inocentes e brincalhões, afirmam vários analistas.
Dirigentes do Santos não viram nada tão importante no gesto da “garotada”. É verdade, também, que alguns cartolas do clube reconhecem que ficaram incomodados diante de mais uma brincadeirinha indigesta.
Eu, confesso, já cansei dessa historia de passar a mão na cabeça dos chamados garotos do Santos. Não são garotos, são profissionais. Ganham muito bem, têm procuradores, agentes, gestores e familiares. Um grupo para cada um. Cada menino tem um staff. Coisa de astro. Todos eles têm assessores de imprensa. São tratados como intocáveis e tudo é perdoado. Sempre aparece alguém para dizer que eles não fazem por mal…
Concluí que lá na Vila Belmiro está faltando a Supernanny. Esse programa foi criado na Inglaterra para mostrar em capítulos como impôr disciplina aos “garotos”. A Supernanny é chamada quando os responsáveis pelas “crianças” não têm autoridade e não sabem colocar limites nos meninos. Ela certamente diria aos dirigentes do Santos que não colocando limites o prejuizo será muito grande para todos.
De longe a impressão que eu tenho é que os responsáveis pelos moleques da Vila têm medo de “perder” o amor dos pimpolhos. E diante desse temor não colocam regras, limites, disciplina e rotina.
A solução é mesmo a Supernanny. Ela vai explicar aos peraltas quais são as regras que devem ser seguidas dentro e fora do campo. Se a diretoria estabelece algumas regras e os meninos fazem birra, não adianta impôr sua vontade pela força. Ela vai explicar que os responsáveis precisam falar com autoridade e amor. Mas devem manter as regras até o fim. A cartolagem não pode voltar atrás em uma decisão, vai demonstrar falha na autoridade e os meninos ficarão confusos.
A molecada do Santos, diria a Supernanny, precisa ouvir todo dia, com paciência, que não pode deixar de arrumar os seus brinquedos e que devem fazer seus deveres corretamente. Ela vai recomendar que os dirigentes falem olhando nos olhos dos meninos. Eles precisam saber quem manda.
Se depois de vários dias insistindo eles continuarem não cumprindo o combinado, podem ser punidos. Primeiro avise-os da punição, caso eles continuem desobedientes. Depois, vem o castigo. Podem proibir o videogame, a TV, a internet ou algo que eles adorem. Mas nunca use a violência. Isso vai deixar marcas negativas nos moleques da Vila. Prefira sempre a disciplina, diria a Supernanny.
Mas, além estipular regras e castigos, tambem é importante oferecer prêmios quando as crianças obedecem e acertam. Pode ser um brinquedo novo, um passeio ou guloseimas. Antes, combine com os meninos quais os prêmios adequados. Lá na concentração do Santos poderia ser criado o “Cantinho da disciplina”. Nesse local a criança deverá permanecer e refletir sobre o que fez. Deixe o rebento sair apenas quando reconhecer o erro e pedir desculpas.
A Supernanny vai dizer aos dirigentes do Santos que é preciso dizer não. Lembrará que aceitar tudo é um bom caminho para uma má educação. Os responsáveis, que não cuidam direito dos meninos, farão com que as crianças só entrem em confusão no mundo externo e nas relações com outros garotos.
Está muito claro que a Supernanny acabaria com a dominação dos moleques. Hoje os pimpolhos sentem-se donos do pedaço. Os dirigentes precisam mostrar que ficaram bravos quando os moleques fizeram algo errado e mostrar felicidade quando tem atitudes certas. Colocar esses “malinhas” sob uma redoma vai fazer com que um dia a sociedade cobre limites .
O Santos não tem escolha: precisa da Supernanny. Ela é a salvação…