quarta-feira, 28 de julho de 2010

Perdão - uma lição!

O maior dano de uma ofensa - frequentemente maior que a própria ofensa como tal - é que ela destrói minha liberdade de ser eu, pois vejo-me involuntariamente  dominado pela raiva e ressentimento interiores - uma espécie de veneno espiritual que penetra todo meu ser - que exercerão uma influência subconsciente mas poderosa sobre quase todos os aspectos de minha vida. Muitas vezes torno-me irritadiço e insultador, difícil de ser tratado e malicioso. Nem chego a reconhecer-me a mim mesmo. Percebo que comecei a odiar meu novo eu. Eu não era assim antes, mas não sou capaz de controlar meus sentimentos. Odeio o ofensor pelo que ele me fez, mas no próprio ódio ao outro deixo que ele se torne senhor e dono da minha vida. A vida dele vai tornar-se uma das forças dominantes a controlar toda minha vida (Virgil Elizondo).

As pessoas imaturas deixam-se levar pelo impulsos primários das emoções, muitas vezes a pretexto de serem espontâneas, de não se reprimirem, de defender seu espaço e seu direito à liberdade. Não levam desaforo para casa, como dizem. O gesto de violência vai direto para a xingação estrondosa ou para o punho fechado ou para o pontapé agressivo, antes de passar pelo departamento da consciência que se expressa no autocontrole. Pensam elas que estão sendo livres, donas do próprio nariz. No entanto, depois do tumulto continua no íntimo um resto de turbulência, de insatisfação mal disfarçada. Percebem que houve um descontrole, uma perda do bom senso, sentem que é verdade o que diz a sabedoria popular: "A violência é o argumento dos que não tem razão". No saldo final, acabam sentindo que em vez de dominarem, foram dominadas pelos próprios impulsos.

Se confessarmos nossos pecados, Ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos purificará de toda injustiça (lJo 1, 9).

Do livro de Milton Paulo de Lacerda - A Virtude do Perdão - Editora Vozes.
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Para mim esse texto foi a lição da semana!!! Incrível as palavras!